domingo, 20 de março de 2011

Iracema e eu

                Sempre detestei heroínas românticas. Melosas, dependentes e sem personalidade, irritam qualquer mulher que não tem um príncipe encantado à sua espera e tem que acordar cedo para trabalhar, lidar com problemas que não são seus e fingir que não tem problemas, porque, afinal, se você vive no século XXI, você não tem direito a simplesmente não ter o que quer...
                Iracema, do José de Alencar, então, nem se fala. Morre de amor na beira da praia, porque o amado não a quer mais. Levante e vá à luta, minha filha! Seduziu uma vez, por que não fazer de novo?
                Tudo o que incomoda, no fundo, no fundo, é porque se assemelha a algum aspecto nosso. É, dou a mão à palmatória e me entrego: tenho muito da Iracema em mim. Não, não sou a virgem dos lábios de mel, amada e desejada por todos, cantada em prosa e verso, não guardo o segredo vital de nenhuma tribo... Mas também fui vítima de um engano.
                Iracema estava lá, quietinha, vivendo a vida dela, insatisfeita ou não, sei lá. Mas alguém tinha que lembrá-la do que ela não possuía. Então, vamos tentar, não é? Pra todo mundo é bom, por que pra mim não pode ser?
                Mas ele se enganou... Percebeu que, no fim das contas, não era ela que ele queria... A vontade de mudar, de ver outras possibilidades, murchou. Preferiu voltar para o território conhecido, mesmo que medíocre, afinal , ali era seguro. O que fazer com ela?
                Isso era problema dela. Ela é adulta, que lide com os próprios problemas... Se acreditou em promessas, que arque com as consequências da sua inocência (ou de ser trouxa, como você preferir...). E cada um que cuide de sua vida, certo?
                Errado. Iracema fez o que estava ao seu alcance. Eu faço o que está ao meu. Iracema se entregou, preferiu morrer a encarar tudo isso. Eu tenho que lutar, fingir que nada aconteceu, não me entregar... Iracema podia ser romântica, eu não posso... Vivo a vida real, sem momentos dramáticos (por mais que eu sinta que são, não me é permitido sentir dor...), então, pra mim, a areia do mar é minha rotina, em que me “sento” e olho o mar... Quem sabe um dia... 

quarta-feira, 9 de março de 2011

Agora, uma à Martha Medeiros...

Meu (pequeno) manual de instruções

Verifique a época do mês
E veja bem como vai falar;
Tenha sempre um sorriso nos lábios
(e um chocolate no bolso, que tal?).
Não insinue que sou desocupada,
Ou duvide da minha inteligência...
Me conte histórias,
É sempre bom inverter os papéis...
Me proteja,
Estou cansada de fazer tudo sozinha...
Goste do que eu cozinho
(eu não faço muito, então valorize!),
Elogie a minha coragem
(principalmente se ela estiver enfraquecendo)
Me mostre que nem tudo depende de mim,
Me leve pra passear,
Me proíba de trabalhar tanto...
Me deixe cuidar de você,
Demonstre interesse pelas minhas angústias,
Mesmo que você não possa resolver nada...
Não seja um peso,
Não me carregue...
Somente caminhe ao meu lado!

Depois de muito tempo, um pouco de poesia...

Poema dos vários espelhos

Quando nasci, um anjo atrapalhado,
desses que vivem tropeçando em tudo,
disse: vai carregar a culpa,
coisa tão propícia a quem confia em todo mundo!

Não bastasse isso, quebrou alguns espelhos...
E aqui estou eu, filosofando à Drummond,
de onde vem tanta confusão e desencontro...

Mundo, mundo, vasto mundo,
mais vasto é o meu pobre coração...
Se meu nome fosse Conceição eu teria música,
mas seria mais uma prova
do quanto faço tudo errado,
até a rima!

Sabe, eu não queria te dizer...
Mas essa TPM deixa a gente
chorona como o diabo!

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

E viva Caio Fernando Abreu!

"Acho que fiz tudo do jeito melhor, meio torto, talvez, mas tenho tentado da maneira mais bonita que sei."

Volto com o balanço de 2010... e a dor que não passa... :(

Beijos.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Um pouco mais de Titãs...

... porque tem coisas que não dá pra esquecer...

Prá dizer adeus

Você apareceu do nada
E você mexeu demais comigo
Não quero ser só mais um amigo
Você nunca me viu sozinho
E você nunca me ouviu chorar
Não dá prá imaginar quando
É cedo ou tarde demais
Prá dizer adeus
Prá dizer jamais
Às vezes fico assim pensando
Essa distância é tão ruim
Porque você não vem prá mim?
Eu já fiquei tão mal sozinho
Eu já tentei, eu quis chamar
Não dá prá imaginar quando
É cedo ou tarde demais
Prá dizer adeus
Prá dizer jamais
Eu já fiquei tão mal sozinho
Eu já tentei, eu quis...
Não dá prá imaginar quando
É cedo ou tarde demais
Prá dizer adeus
Prá dizer jamais
É cedo ou tarde demais...

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Um pouco de Titãs

"Você apareceu do nada, e você mexeu demais comigo..."

"Eu sei que é pra sempre, enquanto durar, e peço somente... o que eu puder dar..."

"O acaso vai me proteger, enquanto eu andar distraído..."

Assim espero...